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A primeira vez que vi o mar tinha eu 7 anos. O mar da Póvoa de Varzim, claro, era esse o nosso mar e a nossa praia. Lembro-me de quando dei de caras com ele, ter pasmado, em verdadeiro pasmar durante uns longos minutos.
Ainda hoje pasmo a olhá-lo, como pasmei quando o esventrei pela primeira vez ou sempre que o sobrevoo, mas é na praia que acontecem as verdadeiras contemplações. Penso que também em mim vive uma certa raça marinheira.
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Hoje fui ao encontro de imagens do passado dos dias de convívio com o mar e as suas coisas, convívio registado ainda em analógico no tempo em que os olhares eram mais pensados e mais selectivos que hoje, não propriamente pela qualidade que se pretendia, mas pelo custo (o pilim) de cada foto, num tempo em que a fotografia era quase um luxo e o dinheiro (esse como sempre) não abundava.
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Lamento, também por razões de “pilim” e de juventude não ter os meus registos do mar dos Açores, pois o “pré” de então não dava para suportar custos de fotografias e muito menos de aquisição de máquina fotográfica.
Ficam, para esta semana do mar, as minhas primeiras fotografias, dos anos 80 do século passado, já com a minha praia para além da Póvoa de Varzim. Fotografias do Furadouro e da Ria de Aveiro, aí sim, já obtidas com a minha primeira máquina fotográfica, comprada em 2ª mão com um dos meus primeiros ordenados do então jovem trabalhador.
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A velhinha dava pelo nome de MINOLTA XG9 com lente também MINOLTA – MD ROKKOR – 50mm, 1:1.7 de 49mm. O Filme de 35mm, pela certa era de 36 fotografias e 100 ASA (ISSO 100), talvez Kodak ou da AGFA, pois repartia as preferências pelas duas marcas.
Bons tempos de tempos bons, na praia…