Por esse Douro Acima
Apetecia-me dizer
que foi mão de artista
pincel e óleo
que pintalgou
a tela
mas falta-lhe a arte
do natural.
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.
assim
Os elogios
Sinceros
Ofereço-os por inteiro
à natureza
Pois só ela
Sabe ser pura e bela.
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Apetecia-me dizer
que foi mão de artista
pincel e óleo
que pintalgou
a tela
mas falta-lhe a arte
do natural.
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.
assim
Os elogios
Sinceros
Ofereço-os por inteiro
à natureza
Pois só ela
Sabe ser pura e bela.
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Como diria Mário de Sá Carneiro
“Eu não sou eu nem sou o outro, sou qualquer coisa de intermédio… que vai de mim até ao outro”
do tédio, não gosto, mas gosto do glamour, das luzes, dos copos, da ribalta, dos pulos, das cambalhotas e da noite. Lamentar, só lamento mesmo as manhãs de tédio que se lhes sucede… mas às vezes, tem-de-ser e o ter-de-ser, tem muita força…
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A Manecas é nova na cidade
Apareceu de repente, do nada
Plantou-se à janela
E faz questão de estar lá todo o dia
Vê quem passa e toda a gente a vê
Diferente
Sem braços
Com mamas mas careca
Está lá, como quem espreita um pormenor
Ou espera alguém…
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Não procurem nos livros que não vem nos livros
País de Abril fica no ventre das manhãs
Fica na mágoa de o sabermos tão presente
Que nos torna doentes sua ausência decretada
In a Praça da Canção – Explicações do País de Abril, Manuel Alegre
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Às vezes
Também me apetece ser marinheiro
Entrar por mar adentro
Fixar olhares no horizonte
E esperar
Que a terra me surpreenda de novo…
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Quando era mais puto, naquela idade que tem tanto de fascínio como de estupidez, às vezes lia coisas dos filósofos gregos. Tudo que fosse descobrimentos sobre amizade, amor, e paixão, eu lia. Lembro-me de uma vez ter lido uma coisa que me fascinou e que ainda registo na memória, embora tivesse esquecido o filósofo que a disse, penso que foi Aristóteles:
“Encontraste um amigo!?
Pois alegra-te porque encontraste um melro branco! “
Tão fascinado fiquei, que agarrei numa camisa branca, tinta da china preta e escrevi este pensamento nas costas da camisa, em inglês, pois na altura,” boca” que fosse “boca” tinha de ser em inglês, português, era foleiro. Escusado será dizer que a minha mãe ficou fula com a estragação, enquanto eu, ostentava sabiamente o “letreiro” nas costas.
Vem tudo isto a respeito do melro que me chama todos os dias no meu jardim. Assobia por mim e quando me vê, foge. Penso que me anda a gozar, mas eu não me importo ou, então, talvez por saber-se preto, tem medo das amizades…mas tem bico amarelo, talvez seja um sinal, de qualquer coisa, digo eu!
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Indescritível é a vida...
Faz tudo para sair da escuridão
Para de novo regressar a ela.
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Parada
Nos caminhos apertados entre montes
Os mesmos, quem sabe, que no meu reino da montanha
Me levavam e terminavam num Muro
Onde o aperto
dava pelo nome de liberdade
difícil mas total
pura e simples
Onde a sede
se matava na frescura
das águas das nascentes.
Tal como Torga
Também eu ia beber água nas minhas fontes votivas
Originais e sem pecado.
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Diariamente
Enquanto pode
Guarda sempre um bocadinho de pão
No bolso
Que vai desfazendo
Até ficar
em migalhas
é a única moeda que tem
são pepitas de ouro
com elas
compra
um pouco de atenção
reconhecimento
de uma amizade
breve sem palavras
que o fazem sentir
e lhe dão a razão de existir
sem nada pedirem em troca
para além de umas migalhas de pão
com as quais
pode ser rei na solidão.
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Acho que são uma provocação…aliás a beleza, não sei se tem o dom ou a picardia da provocação, certo, é que provoca, atrai olhares apreciativos, mas nunca, quase nunca, nos deixa entrar por ela adentro…
Esta provocação chamam-se (disseram-me) Boca de Lobo. Quis o destino, já de há muitos anos, que nascesse num pequeno jardim mesmo em frente à porta do meu mundo. Vejo-a renascer todos os anos e faço de conta não lhe ligar, não dar por ela. Cresce, bota flor, muda de cor e continuo sem lhe ligar, apenas de esguelha ou soslaio lhe vou dando um olhar fugidio. Disfarço mal. Nunca soube disfarçar, por isso, penso que ela me apanha em flagrante delito de olhares fugidios. A mula, faz de conta que não dá por nada e continua no seu ar de alheia a tudo e a todos na sua singular provocação de beleza e de atracção de olhares.
Que raio, um homem não é de ferro…vergo sempre, não resisto a tanta provocação diária e chega sempre um dia em que a olho bem nos olhos, de frente, contenho a respiração por uns segundos e zás, já está… ela, aparentemente indiferente, larga um sorriso, que não se vê, mas que se sente, como quem diz – Apanhei-te, eu sabia…
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