Pelos meus barrosos...

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Os de lá de baixo têm a mania que são Portugal, pois que o sejam, que fiquem com as sua portugalidade e com as suas postas de pescada, pois eu não troco o meu ser flaviense, a minha costela barrosã e a aguiarense, o ser transmontano, os ares galegos, o nosso frio até, por nada que seja mourisco, a não ser um bom vinho dessas castas.
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É assim, tardo ou demoro em vir por aqui, mas quando venho, trago o que de mais puro e íntimo há em mim.
Hoje vieram-me as saudades do barroso, ou dos dois barrosos, porque se reivindicam dois como puros. O de Boticas e o de Montalegre. Pessoalmente o de Montalegre toca-me mais de perto ao coração. Uma costela é pouco, pois só por acaso sou flaviense. Avôs, mãe e irmãos, tios e primos, amigos também e muitos natais e momentos vividos em Montalegre, fazem de mim um flaviense barrosão. Tenho orgulho nisso e até sou a prova de que os palulas podem ser barrosões.
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Do outro barroso de Boticas, não tenho costelas, mas tenho amigos e come-se bem e, não há maior felicidade que uma boa mesa rodeada de bons amigos, quanto ao vinho, também sabem importar do bô e sempre nos resta o dos mortos, pelo menos na tradição.
Hoje os meus devaneios fotográficos vão para os barrosos de Montalegre com o Deus Larouco, para Vilar de Perdizes onde “las ai” pelo menos uma vez por ano, e para Carvalhelhos com ou sem cutout.
Até ao próximo devaneio fotográfico e, ainda bem que existem, para esquecer um pouco da realidade dos dias (actuais).