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Fotografia e outros devaneios

Fotografias, e às vezes palavras, de Fernando DC Ribeiro

23
Ago12

Devaneios com aves e putos de bigode

 

Não tenho vergonha nenhuma em dizer que existem assuntos que eu não domino e um deles é o da fauna, principalmente o das aves, tantas que elas são. Conheço as galinhas, os perús, os patos, os gansos, e os pardais que me pousam no quintal, mas também os melros, os tordos, as pombas, as rolas, os pintassilgos, as pegas, as cegonhas, ou seja, a passarada cujo habitat   é o que rodeia a minha casa. Fora isso, mais selvagem só mesmo as perdizes, os gaios e as aves de rapina, que para mim, são todas águias. À beira mar, conheço as gaivotas. Tudo isto para vos dizer que há dias, num passeio fotográfico com o amigo L. ao longo da Ria de Aveiro, a certa altura vi uma gaivota pousada em cima de uma baliza de madeira da ria e comentei “ A gaivota está mesmo a posar para a foto” e vai daí o meu amigo L. disse-me – “ é uma andorinha”. Pois pensava eu que andorinhas eram só aquelas que por aqui fazem os ninhos nos beirais dos telhados e que fazem uma chiadeira insuportável quando andam umas atrás das outras… bem, fiquei a saber que afinal no mar não há só gaivotas.

 

Tudo isto porque queria dar nome à personagem da primeira foto e inicialmente fiquei sem saber que raio de ave era. Gaivota não me parecia, andorinha do mar também não, mas afinal, e depois de pesquisa apurada cheguei à conclusão de que, se calha, até é mesmo uma gaivota, mas de cabeça preta. Tenho de perguntar ao meu amigo L.




Mas conhecendo agora melhor a Ria de Aveiro, não me estranha nada que tivessem pintado a cabeça à gaivota, tal como pintam outras coisas, ou então, sou eu que também desconheço esta espécie da segunda foto dos putos de loiça, daqueles que costumam pôr nos jardins a fazer chichi, pois os da minha terra lá fazem o chichi deles, mas não têm bigode. Ou serão devaneios, ou então um menino que já é homem, mas pequenino.

 

Bem, de passarada não percebo mesmo nada, por isso, é melhor ficar-me por aqui.



14
Mar08

Reflexões sobre o caminho...



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Andava para aqui à procura das palavras para ilustrar o post. Como sempre quando as palavras me fogem, rendo-me à evidência da falta de inspiração e recorro à inspiração dos outros, dos poetas, que tão intensamente sabem pintar as palavras.

 

Peguei num dos meus poetas de cabeceira, mas não serviu. Peguei noutro, depois outro, mais um, mais outro… tudo palavras deprimentes…como são tristes os poetas e no entanto há momentos, dias ou talvez noites, em que só neles consigo beber qualquer coisa de racional. Definitivamente, hoje, não insisto mais em procurar inspiração nos poetas, mas já que perdi o meu tempo, ficam as palavras de um deles.

 

 

Sobre o Caminho

 

Nada

 

Nem o branco fogo do trigo

Nem as agulhas cravadas na pupila dos pássaros

Te dirão palavra

 

Não interrogues não perguntes

Entre a razão e a turbulência da neve

Não há diferença

 

Não colecciones dejectos o teu destino és tu

 

Despe-te

Não há outro caminho

 

Eugénio de Andrade

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Tristes poetas!  Mas tristeza a sério e tristes a sério, daqueles tristes que são tristes, mesmo tristes, são os entendidos que gostam dos poetas tristes e que, de entre tantos, têm a triste ousadia de acasalar na poesia Eugénio de Andrade e Manuel Alegre. Tristes entendidos que não entendem que a tristeza dos poetas se faz num brilhante pôr-do-sol de dias que anoitecem ou, mais puro ainda, numa aurora que nos traz da longa noite e nos desperta a para a luz de uma nova vida.

 

Pois é meu caro amigo J., para além dos ingénuos, as bestas também dizem gostar do Eugénio.

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